Mais uma vez devo me desculpar com aqueles que seguem nosso Blog. A obra continua, lenta e metodicamente, e é o tempo, ou a falta dele que não me deixa atualizar o andamento da construção.
Na última postagem falei em como reaproveitar e conseguir material usado para a obra. Seguimos nessa caçada. Outro dia encontrei uma parte de janela, com o vidro inteiro, jogada numa caçamba de entulho. Na hora, não tive dúvida, freei o carro e agarrei a preciosidade, sem mesmo saber o que faria com ela. O pedaço de janela foi, afinal, parafusado na parede, mostrando a parte rústica, não acaba de tijolos de Adobe. É um quadro, uma obra de arte. Já posso visualizar a linda iluminação que receberá no futuro.
O reboco está praticamente pronto.
Sobre o piso: foi um dos grandes dilemas da obra. Temos cerca de 100m² de piso, e foi difícil tomar uma decisão. Inicialmente queríamos cimento queimado, mas há grande dificuldade de encontrar alguém que soubesse realmente trabalhar com essa técnica. Quando finalmente encontrei, o orçamento de mão de obra fugia totalmente da nossa realidade. Por outro lado, me incomodava um pouquinho pensar que com esse acabamento teríamos um contato muito próximo com esse material: o cimento. O que a gente queria mesmo era um material mais natural, como a madeira. De preferência, madeira de demolição, mas essa alternativa também é demasiado cara. Pesquisei sobre o piso de bambu, lindo, caríssimo! Tentar conseguir restos também parecia inviável para a quantidade de m² e, conheço, a pressa de terminar a casa. Tava quase desistindo e colocando um piso vinílico mesmo :-( quando decidimos, por fim, usar o piso cerâmico, que em sua composição usa argila + minerais, e, apesar de haver um processo industrial, pensamos que é, pelo menos, mais saudável do que estar em contato direto com o cimento (cimento queimado) e nos é mais viável do que a madeira, financeiramente falando. Escolhemos algo claro, para dar mais luminosidade para a casa, e rústico, para seguir o estilo.
Estamos numa das fases mais caras da nossa obra: colocar os vidros no mezanino. Fiz inúmeros orçamentos. Consultei cerca de 15 empresas. Umas 10 vieram tirar medidas para fazer um orçamento. Metade disse que não pegaria o trabalho por ser muito complicado, outro tanto passou um orçamento absurdo, e afinal ficamos com a empresa que nos passou um preço razoável. O chato é que essa empresa atrasou um pouco a instalação, e o mezanino ainda não esta totalmente fechado.
A cozinha já está praticamente pronta!!! Optamos por revestir a parede onde está a pia e o fogão a lenha de cacos que sobraram na obra. a base da pia, é de alvenaria de adobe. Já cozinhamos ali, usando o fogão a lenha, que funciona perfeitamente, e lavamos os pratos com a água morninha, aquecida pelo fogão. Nos impressionou a velocidade com que a serpentina do fogão esquentou a água! Nossos invernos estão salvos! Mais sobre o fogão que escolhemos -> www.ecofogao.com
Nesse longo período sem textos, recebemos a visita de uma jornalista, que citou nossa obra em um dos seus artigos, para um jornal online europeu. O texto está em alemão. Para os que entendem, recomendo, ficou muito bom! -> http://www.barfuss.it/leben/die-megacity
Estamos na reta final... quase. Os próximos passos serão a parte elétrica e finalizar a solução para as águas negra e cinza. Nos próximos capítulos...
O nascimento de uma casa sustentável - El nacimiento de una casa sustentable
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13/06/2014
19/12/2013
Como reaproveitar materiais na sua obra
Estamos finalizando o banheiro da suite. Cada canto deste comodo tem algo de próprio e especial. E depois de tanto trabalho com os tais caquinhos, podemos ver que o resultado valeu a pena. O interessante desta técnica é poder usar diferentes tipos de revestimento, aproveitando cada pedacinho. De todo o banheiro, poderia dizer que 60% do material foi doado/encontrado, 30% foi comprado em locais de material de demolição, com pequenos defeitos ou produtos fora de linha, e somente 10% totalmente novo.
O que muitos nos perguntam é onde encontramos o material que nos chega de maneira gratuita
Os segredos são: mente aberta, cara de pau, olhar atento e disposição.
Mente aberta: antes de qualquer coisa, é preciso mudar o conceito sobre lixo. Não é só porque um material é descartado que ele passa a ser inútil. A construção é o setor que mais desperdiça material, e um dos que mais contamina, seja na extração, fabricação ou descarte inadequado.
Ter um olhar mais critico ao uso desses materiais faz muita diferença, e nos permite enxergar além da caçamba de entulho. Um pedaço de vidro jogado na rua pode fazer parte de uma janela. Azulejos quebrados ao lado de uma obra podem compor um lindo mosaico. Tudo depende da mudança de paradigma.
Cara de pau: Não tenha vergonha de pedir aqueles tijolos que seu vizinho anda acumulando há anos no quintal dele. Ele irá te agradecer! Comunicar ao maior número de pessoas possíveis que você está buscando materiais. Dessa forma, as coisas simplesmente aparecerão. Alguém sempre conhece um outro alguém que quer se livrar de algumas telhas velhas ou de uma pia sem uso. Nós, por exemplo, recebemos tijolos, caixa d´água, terra, pisos, madeira, vidros, pedras. E já utilizamos grande parte desse material na obra. Chegamos ao ponto de não dar conta de buscar tudo o que nos oferecem.
Olhar atento: Tem muita coisa jogada por aí, nas ruas, em caçambas. Uma casa que está sendo reformada, por exemplo, descarta uma boa quantidade de material. Andar pela cidade com a antena ligada é essencial para encontrar materiais interessantes. Os classificados também podem ser uma boa fonte. Foi no jornal que ficamos sabendo que um senhor, a apenas 3km da nossa casa queria doar 70 garrafões de cachaça, que hoje compõem as nossas paredes ao lado dos adobes.
Disposição: sim, porque não haverá nenhuma empresa fazendo entrega desses materiais. Você terá que se organizar para buscar, levar e trazer qualquer coisa que encontre. É claro que muita gente acaba quebrando o galho, mas na maioria das vezes é você quem fará a correria.
Transformar um material de descarte em algo diferenciado na sua obra não é tarefa fácil. Leva também bastante tempo. Mas o resultado é sem dúvida maravilhoso.
ANTES
DEPOIS
07/10/2013
Canos e encanos!
No último mês o reboco foi trabalhado de maneira lenta e terapêutica. Uma vez descoberta sua fórmula, as paredes foram feitas sem pressa. No final das contas, quem nos ajuda a completar as paredes com barro, é nosso cunhado, Fábio Levada, um iniciado na permacultura com grande potencial, ainda sem saber...
Partimos para a parte hidráulica, e essa é uma que mete medo. Iniciamos com o encanamento de água fria. Nossa caixa d´água está a uns 50m afastada da casa, numa torre bem alta, feita de postes de eucalipto. Mesmo a caixa estando exposta ao sol (as árvores ao redor dela ainda estão pequenas), a água chega fresquinha na torneira, já que faz todo seu percurso por debaixo da terra.
Nosso fogão a lenha, como havia comentado em outro post, veio com uma serpentina para aquecer a água do banho e da pia da cozinha. No inverno, será bem vindo seu calor, mas no verão acredito que ficará a maior parte do tempo apagado. Por isso, compramos também um sistema de aquecedor solar de baixo custo, para ter água quente o ano todo, e o grande trabalho foi combinar os dois sistemas. Consultei os fabricantes, mas nenhum pode me ajudar. A questão é que o forno já veio com um boiler, de 125L. Pequeno e simples. Já os painéis solares vieram com um boiler de 250L. Então o que a gente precisava era descobrir como integrar os dois reservatórios de água. Fomos seguindo os dois manuais e tratando de achar o ponto comum entre eles. O problema maior é que o boiler do sistema solar, por ser de baixo custo, só permite que a água tenha 70°C. Não deve passar disso. Por outro lado, não tinhamos como garantir que a água do fogão a lenha não passasse dessa temperatura. Então até a chegada de água quente aos seus respectivos boilers, os sistemas são separados. Os unimos na saída. Mas para fazer toda a montagem, cometemos muitos erros, muitos vazamentos e muita frustração. No domingo, conseguimos abrir as torneiras. Não há vazamentos e a questão da temperatura, só vamos poder testar no próximo fim de semana.
O presente por tanto esforço e quebra cabeça veio numa tarde fria. A visita de um esquilo, que ficou nos observando durante toda a instalação.
Paralelamente à montagem dos canos, começamos a colocar o acabamento de um dos banheiros. As paredes são de cacos. Restos de revestimentos e pisos doados, encontrados e comprados (fora de linha) e espelhos.
A base da pia foi feita com garrafas pet preenchidas com terra, tijolos de adobe e dormentes. A pia será um vaso de barro.
Esperamos poder mostrar o resultado final em algumas semanas!
El mes pasado, el revoque se trabajó lenta y terapeuticamente. Una vez lograda su fórmula , las paredes se trabajaron sin prisa . Al final, quien nos ayuda a completar las paredes con barro, es nuestro cuñado, Fábio Levada, un iniciado en permacultura con un gran potencial , aún sin saberlo ...
Empezamos el sistema hidráulico , y este es si, nos dio miedo. Primero con las tuberías de agua fría. El depósito de agua está aproximadamente a 50 metros de la casa, una torre muy alta , hecha de postes de eucalipto. Apesar de su exposición constante al sol ( los árboles que lo rodean son todavía pequeños ), el agua llega al grifo muy fria, ya que hace su recorrido por el subsuelo .
Nuestra cocina de leña, como comentamos en otro post, vino con una serpentina para calentar el agua del baño y fregadero de la cocina . En invierno, será muy bienvenido su calor , pero en verano creo que estará la mayor parte apagada. Así que compramos también un sistema de calentador solar de bajo costo para tener agua caliente durante todo el año , y la gran obra fue la de combinar los dos sistemas. Consulté a los fabricantes, pero ninguno me pudo ayudar. La cuestión es que el horno vino ya con su tanque de 125L . Pequeño y sencillo . Los paneles solares vienen con un tanque de 250L. Así que lo que necesitábamos era encontrar la manera de integrar los dos . Al inicio, fuimos consultando los manuales y tratando de encontrar un punto común entre los dos. El problema más grande es que la caldera del sistema solar, debido a su bajo coste, solo se permite que el agua tenga hasta 70 ° C. No se debe pasar . Por otra parte, no teníamos manera de garantizar que el agua del horno de leña no pasara esta temperatura. Asi que hicimos los dos sistemas estan separados, hasta la entrada de agua caliente en ellos, y los unimos ya en la salida para los grifos de la casa. Obviamente que hasta llegar a eso, cometimos muchos errores, mucha fuga de agua y mucha frustración, pero el domingo, abrimos los grifos. No hay perdidas en los caños, lo mas importante para empezar. La proxima semana, testaremos su funcionamiento.
Todo este esfuerzo, por lo menos vino con un regalo.La visita de una ardilla, que nos estaba mirando mientras trabajabamos.
Además de la instalación de tuberías , empezamos a poner el acabado en uno de los baños. Usamos restos de revestimientos y pavimentos donados , encontrados y comprados (estoques con defectos etc) y espejos.
La base de la pileta la hicimos con botellas de plástico llenas con tierra, ladrillos de adobe y dormientes. El lavabo es una maceta de barro .
Esperamos mostrar el resultado final en un par de semanas!
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