22/06/2011

Medos Estruturais

Infelizmente, nunca pudemos fazer nenhum curso de Bioarquitetura. Existem varias possibilidades no Brasil, também na Argentina, mas o trabalho, a correria, a organização “pós-volta ao Brasil” não permitiu que a gente tomasse os dias necessários para participar de alguma atividade como essa.
Por isso, um dos nossos maiores medos era: "Será que a nossa casa vai parar em pé?" Mesmo depois de tantas pesquisas... quer dizer... até agora somo bons na teoria, mas na pratica, só construindo pra ver.
Queremos fazer um mezanino na casa, e isso aumenta o “medo estrutural”.  Então, procurei algum arquiteto que nos orientasse. E até encontrei algumas pessoas que se diziam "bioarquitetos", mas que colocava um montão de empecilhos para dizer que essa obra não é tão simples assim, ou que seria muito cara. 
Não é a primeira vez que tenho a sensação de “que para se ter/fazer algo sustentável você tem que ser milionário”. Senti isso, por exemplo quando fomos na exposição do MAM em São Paulo. O título era “Morada Ecologica” e mostrava obras super interessantes de arquitetos como Frank Lloyd Wright. A mensagem que me passou foi: “morar numa casa ecológica é legal, mas inviável!”. A exposição mostrou obras incríveis na Áustria, Alemanha, Australia, França, EUA... , mas deixou de mostrar construções muito legais (e não necessariamente caras) que já existem no Brasil e em outros países da América Latina. Mais um ponto negativo no requisito “divulgação” de casas ecológicas...
Gente, não é criticando a exposição, esse tipo de evento deve continuar sim! E despertar o interesse e a curiosidade de todo mundo.
Mas enfim, continuei procurando alguém que me entendesse, que me ajudasse e que não estivesse tão longe daqui, até que criei coragem e escrevi para o IPEMA, sem saber se eles iriam me dar bola. O Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlantica fica em Ubatuba, a terra da chuva. Poderia dedicar um post inteiro ao Instituto, mas convido aos interessados a entrarem na pagina http://www.ipemabrasil.org.br/, e quem sabe fazer uma visita pessoalmente.
Foi em Abril que mandei o primeiro e-mail, e o Marcelo Bueno, o arquiteto, me atendeu, pediu mais informações sobre o nosso projeto e disse que sim, poderia nos assessorar. Então liguei para perguntar mais detalhes (e contar sobre meus medos estruturais) e ele, me falou de não usar fundação convencional - Hãn?- Ele me disse bem assim: começamos a construir “de trás para frente”... e em seguida esclareceu: “Fazemos primeiro e estrutura de eucalipto já com a cobertura e depois “preenchemos” com as paredes, usando o material que você quiser...” Combinamos uma visita ao Ipema. Tinha gostado da idéia, mas queria ver de perto. O Marcelo nos recebeu, nos contou um pouco da sua historia e nos mostrou todo o instituto. Falamos sobre a construção em terra crua, teto verde, zona de raízes, banheiro seco (que o Gonzalo fez questão de testar). Também olhamos a planta da futura casa e eles deu algumas sugestões para o projeto. Fiquei encantada com todas as coisas que ele construiu por lá. Até a própria energia é ele quem gera, com uma mini hidroelétrica!
Tomamos um café feito num fogão a álcool improvisado, enquanto o Nahuel brincava com  Jasmin, a filha do Marcelo, uma menina linda! No final concluímos: é ele que vai nos assessorar! – Bendito cafezinho...
Saindo do Ipema, seguimos o conselho do Marcelo e fomos visitar o Projeto Tamar. O Nahuel adorou as tartarugas!

FRUTA MADURA

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